Apego.
Apego.
Numa noite dessas, um jovem velho sentado à beira da enseada ficou pensando como era bom olhar a imensidão negra deste horizonte. Ouvindo suas cantigas antigas, cantarolando, trazendo uma versão a cada umas das letras que ouvira.
Sentiu em sua história, um desejo de falar, sentiu na fala um emudecer de tantas palavras, e, neste vocábulo se apegou, por apego a outras tantas vozes. Estava só de fato, fatalmente querendo ser ouvido, fatalmente querendo ouvir, fatalmente querendo mostrar-se, já que, por anos, nos seus últimos anos, não achara ninguém afim de ver-lo, mas, não percebera, que, em sua rotina, obrigava sem querer outras rotinas a interagir.
Sim, o velho estava apegado, analisando a questão, e, não querendo desapegar-se, ele, se apegou as suas vontades, e, mantendo-se firme, desmoronou...
O velho jovem retornou-se ao velho mundo, sorriu, por ter um momento sequer vivido sua fantasia, e, uma lágrima correu em seu rosto, quando Maat, o fez ver, o que seus olhos cobriram de eloquência infantis.
Texto: Apego.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 09/07/2023 às 12:45