A incompreensão do não existir
A vida nos sopra numa bolha e onde estamos agora
Nascemos sozinhos e queremos pertencer a uma tribo
O que seria dos bons gostos da vida se tudo não tivesse um fim
Um sol que vai embora, um vinho que se acaba, um beijo lembrado
Um livro inspirador, um dia brilhante, pessoas que se vão
Penso que nada disso seria importante se não houvesse a nossa presença de verdade
Deixamos os ofícios e as preocupações para mais tarde e vamos apreciar o café
Nada é tão duradouro quanto a nós dentro de nós mesmos
Uma prosa insólita, o fim da tempestade, a despedida que dói
O luto de tudo que se vai...
As bagagens que ficam em algum lugar deste vasto universo
Algumas a gente prende no peito com medo de perdemos o sentido de existir
Mas ficamos aqui enlouquecidos, envaidecidos, sonâmbulos do sistema
Pelo simples receio de caminhar sozinho.