PODE-SE VIVER SEM A ESPERANÇA?

 

    “Nossa esperança ainda não está perdida

        Esperança de dois mil anos

  De ser um povo livre em nossa terra”

                                          (Hino de Israel)

 

     Sonhar

        E esperar

 Esperar pel’esperança mesmo sem saber o que [ela] seja

    Ou mesmo ... se virá

          Mas sempre ... esperar

  E nunca ... desistir

      Jamais

 

     E então, pode-se viver sem sonhar?

“Conseguiria” alguém trafegar nest’exílio sem pelo melhor “esperar”?

       Sem esperança viveria alguém de quê?

  Ou melhor, sem esperança viveria alguém “para quê”?

 

    Distanciamo-nos de nós quando paramos de sonhar

Ou alguém acharia que uma vida sem nenhuma esperança

        [a ele] se bastaria?

  Oh! Deixar-se apenas correr e, por isso, escapulir a vida

            em sua existência [vazia]

   Certamente não é ... viver

 "Vegetar" tão somente

 

      Tudo bem, tudo bem, tudo bem ...

 Eu sei, ao qu’estou ciente do que falo

    Muitos não vivem de esperança [verdadeira]

 Pelo que acreditam somente em ... ilusões

        A s’entender que ilusão não é esperança

     Nunca foi

 

    Dói-se o viver para muitos [que já se cansaram da luta]

        E jogaram a toalha

 Do futuro cujo horizonte não se vê nenhum’alvorada

     E os ocasos são ainda mais escuros

  Quem sabe, porque nada sonham e nada esperam

E o tempo se prolonga ainda mais em suas vidas [estagnadas]

 

     Oh! quem lhes roubou a vontade de viver?

  Quem lhes tirou de suas almas o impulso ... de “ser”?

      Quem lhes sequestrou ... a esperança?

Quem lhes disse que não temos mais (ou nunca tivemos)

         o “direito de sonhar”?

 

      E nest'hora certamente muitos perguntarão:

      - O que é a verdadeira esperança, e ond'ela está?

   Oh! E alguém acharia melhor que a Vida a todos desse a resposta?

     Estamos "no tempo"

  Em que [nele] "o melhor" precisa ser "descoberto"

       e não em ser [para todos] ... "dado de bandeja"

   E não teria graç'alguma se de tudo soubéssemos

     É como uma brincadeira de esconde-esconde

 

   E se não sabemos o que é e ond'está a verdadeira esperança

     podemos, talvez, pelo menos saber o que ela "não é"

 

E o que ela não é?

   E onde ela não está?

 

Nenhum sistema político de governo se importa com nossas "almas"

     Verdade seja dita

  Seja ele comunista ou capitalista

Seja ele "de direita" ou "de esquerda"

        Sim, seja [ele] qual for

   E idiota é quem em algum deles acredita

             Todavia, eu sei

Muitos acreditam [cegamente] que um d’eles se interessa por nós

    Não, não significamos nada ... para nenhum deles

 Somos apenas [para qualquer governo que seja] carne para canhão

       E dispensáveis quando não mais “prestamos”

 

   Não somos "nada" para governo algum

           Não somos cois'alguma

  Ou melhor, somos para qualquer governo apenas "coisas"

 

     Pois é!

 Não somos “seres individuais”, somos “públicos”

       Sem consciência de qu’estamos vivos

Ao que nem lembramos de que temos uma vida

          que deveria ser amada

 Uma vida unicamente “fabril” e “produtiva” (industrial) a que somos

    A s'entregar [não sei se voluntariamente ou não] para um sistema

          cruel e homicida

  Já que [este] “mata” nossas vidas

     E a ele muitos se “ajustam” e se adaptam

 

     Isso mesmo

  Não somos [para nenhum governo] “almas”

           Nunca fomos

   Somos peças de engrenagem para o Estado

      E não mais que isto

 Não temos o direito de sonhar

        Nem de ansiar ou aspirar por nada

 

 E muitos acham ser perda de tempo “esperar pela esperança”

    E “entregaram os pontos”

        Nenhum “amanhã” existe para eles

   Nenhum futuro

     E o seu “hoje” é sempre um doloroso “dia de cão”

E os que com o Estado não concordam são considerados [por ele]

     rebeldes e, portanto, “perigosos”

  E o mais trágico (ou cômico) de tudo isso é saber que muitos

         adoram o Estado

    É verdade

Pelo que apaixonados são em nome d’um nacionalismo tolo e irracional

     E s’esquecem de si mesmos

Consumidos a qu'estão pelo fanatismo que lhe cegou suas mentes

        É simplesmente lamentável

 Ou na estúpida crença de achar que certo nome trará prosperidade

         e paz no espaço em que s'encontram

    A abrir as cortinas para uma "nova era" em que das cinzas

       do mundo s'erguerá um "salvador"

 Quando, na verdade, se trata de mais um falso profeta no tempo

  A decepcionar seus tolos apoiadores e adoradores

    Estes que lhes são também seus maiores advogados de defesa

      Mesmo [sabendo ou não] quando seus ídolos estão errados

 E tudo em razão de um ridículo messianismo

   (Ou vítimas d'uma "possessão, sei lá!)

  Ah! Aí já não se trata de acreditar n'uma real esperança,

   mas sim, de s'entregar de cabeça n'uma ilusão

    Que quando acordarem só provarão do prato do desapontamento

         e do desencanto

   No que verão que perderam tempo, amizades, relacionamentos ...

   E [ou] até mesmo dinheiro

 Oh! mas demora tanto este despertar ...!

 

     Bom, não irei me estender

  Todavia, lhe perguntarei:

Você por acaso já se deu conta de que “pode estar” vivo?

     Ah! Julga-se vivo quando somente “existe”?

  Que pena!

Desperta-te, pois, ó tu que [aqui] tanto dormes

       Ainda há tempo

 

 

Carlos Renoir

Rio de Janeiro, 07 de julho de 2023

 

IMAGENS: FOTOS PESSOAIS (TIRADAS DE CELULAR)

 

MÚSICA: HINO DE ISRAEL  1632698.jpg

https://www.youtube.com/watch?v=lMwSlp7I7IQ

 

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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES:

 

PODE-SE VIVER SEM A ESPERANÇA?

 

    “Nossa esperança ainda não está perdida

        Esperança de dois mil anos

  De ser um povo livre em nossa terra”

                                          (Hino de Israel)

 

     Sonhar

        E esperar

 Esperar pel’esperança mesmo sem saber o que [ela] seja

    Ou mesmo ... se virá

          Mas sempre ... esperar

  E nunca ... desistir

      Jamais

 

     E então, pode-se viver sem sonhar?

“Conseguiria” alguém trafegar nest’exílio sem pelo melhor “esperar”?

       Sem esperança viveria alguém de quê?

  Ou melhor, sem esperança viveria alguém “para quê”?

 

    Distanciamo-nos de nós quando paramos de sonhar

Ou alguém acharia que uma vida sem nenhuma esperança

        [a ele] se bastaria?

  Oh! Deixar-se apenas correr e, por isso, escapulir a vida

            em sua existência [vazia]

   Certamente não é ... viver

 "Vegetar" tão somente

 

      Tudo bem, tudo bem, tudo bem ...

 Eu sei, ao qu’estou ciente do que falo

    Muitos não vivem de esperança [verdadeira]

 Pelo que acreditam somente em ... ilusões

        A s’entender que ilusão não é esperança

     Nunca foi

 

    Dói-se o viver para muitos [que já se cansaram da luta]

        E jogaram a toalha

 Do futuro cujo horizonte não se vê nenhum’alvorada

     E os ocasos são ainda mais escuros

  Quem sabe, porque nada sonham e nada esperam

E o tempo se prolonga ainda mais em suas vidas [estagnadas]

 

     Oh! quem lhes roubou a vontade de viver?

  Quem lhes tirou de suas almas o impulso ... de “ser”?

      Quem lhes sequestrou ... a esperança?

Quem lhes disse que não temos mais (ou nunca tivemos)

         o “direito de sonhar”?

 

      E nest'hora certamente muitos perguntarão:

      - O que é a verdadeira esperança, e ond'ela está?

   Oh! E alguém acharia melhor que a Vida a todos desse a resposta?

     Estamos "no tempo"

  Em que [nele] "o melhor" precisa ser "descoberto"

       e não em ser [para todos] ... "dado de bandeja"

   E não teria graç'alguma se de tudo soubéssemos

     É como uma brincadeira de esconde-esconde

 

   E se não sabemos o que é e ond'está a verdadeira esperança

     podemos, talvez, pelo menos saber o que ela "não é"

 

E o que ela não é?

   E onde ela não está?

 

Nenhum sistema político de governo se importa com nossas "almas"

     Verdade seja dita

  Seja ele comunista ou capitalista

Seja ele "de direita" ou "de esquerda"

        Sim, seja [ele] qual for

   E idiota é quem em algum deles acredita

             Todavia, eu sei

Muitos acreditam [cegamente] que um d’eles se interessa por nós

    Não, não significamos nada ... para nenhum deles

 Somos apenas [para qualquer governo que seja] carne para canhão

       E dispensáveis quando não mais “prestamos”

 

   Não somos "nada" para governo algum

           Não somos cois'alguma

  Ou melhor, somos para qualquer governo apenas "coisas"

 

     Pois é!

 Não somos “seres individuais”, somos “públicos”

       Sem consciência de qu’estamos vivos

Ao que nem lembramos de que temos uma vida

          que deveria ser amada

 Uma vida unicamente “fabril” e “produtiva” (industrial) a que somos

    A s'entregar [não sei se voluntariamente ou não] para um sistema

          cruel e homicida

  Já que [este] “mata” nossas vidas

     E a ele muitos se “ajustam” e se adaptam

 

     Isso mesmo

  Não somos [para nenhum governo] “almas”

           Nunca fomos

   Somos peças de engrenagem para o Estado

      E não mais que isto

 Não temos o direito de sonhar

        Nem de ansiar ou aspirar por nada

 

 E muitos acham ser perda de tempo “esperar pela esperança”

    E “entregaram os pontos”

        Nenhum “amanhã” existe para eles

   Nenhum futuro

     E o seu “hoje” é sempre um doloroso “dia de cão”

E os que com o Estado não concordam são considerados [por ele]

     rebeldes e, portanto, “perigosos”

  E o mais trágico (ou cômico) de tudo isso é saber que muitos

         adoram o Estado

    É verdade

Pelo que apaixonados são em nome d’um nacionalismo tolo e irracional

     E s’esquecem de si mesmos

Consumidos a qu'estão pelo fanatismo que lhe cegou suas mentes

        É simplesmente lamentável

 Ou na estúpida crença de achar que certo nome trará prosperidade

         e paz no espaço em que s'encontram

    A abrir as cortinas para uma "nova era" em que das cinzas

       do mundo s'erguerá um "salvador"

 Quando, na verdade, se trata de mais um falso profeta no tempo

  A decepcionar seus tolos apoiadores e adoradores

    Estes que lhes são também seus maiores advogados de defesa

      Mesmo [sabendo ou não] quando seus ídolos estão errados

 E tudo em razão de um ridículo messianismo

   (Ou vítimas d'uma "possessão, sei lá!)

  Ah! Aí já não se trata de acreditar n'uma real esperança,

   mas sim, de s'entregar de cabeça n'uma ilusão

    Que quando acordarem só provarão do prato do desapontamento

         e do desencanto

   No que verão que perderam tempo, amizades, relacionamentos ...

   E [ou] até mesmo dinheiro

 Oh! mas demora tanto este despertar ...!

 

     Bom, não irei me estender

  Todavia, lhe perguntarei:

Você por acaso já se deu conta de que “pode estar” vivo?

     Ah! Julga-se vivo quando somente “existe”?

  Que pena!

Desperta-te, pois, ó tu que [aqui] tanto dormes

       Ainda há tempo

 

Carlos Renoir

Rio de Janeiro, 07 de julho de 2023

Carlos Renoir
Enviado por Carlos Renoir em 07/07/2023
Reeditado em 07/07/2023
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