Imperfeita e possível
Imperfeita e possível.
Sou nuance de muitas vidas, equilibrista em estrada molhada.
Eu sou possível, carne real. Se eu soubesse na adolescência que aparência era detalhe e que a estética foi colonizada. Eu teria escrito outra história pra mim.
Um livro meio escrito tem jeito? Recomeçar as vezes cansa.
Imperfeita e possível. Eu sou cientista de sociedade, grande bosta! Mas grande acúmulo também. Eu observo. Eu tento. Eu sou gente o tempo todo.
Eu sou perfeccionista que paralisa, que interrompe. Eu sou muitas coisas.
Reestudar o corpo me traz de volta pra alguém que eu não valorizei, pra alguém que não valorizou as experiências oferecidas. É possível, sou imperfeita.
Cientista inserida no movimento pessoal de viver sem filtro, sem foco, sem técnica ,sem medo e na borda.
Aceitar a imperfeição não é trabalho fácil.