A vida é biblioteca
02:36 e eu me pego pensando e pensando e pensando ao ponto de encontrar um vislumbre de inspiração. Faz tempo que não sinto isso e confesso me preocupar com o fato de que, ultimamente, a vida tem me dado TANTOS momentos, sejam eles bons ou ruins, mas sinto que não tenho conseguido (ou permitido) me expressar como um dia consegui.
Essa madrugada me levou a refletir que as pessoas são imensas bibliotecas: ricas em conteúdo, cultura, histórias e tantas coisas maravilhosas (ou não) a serem exploradas.
Percebi que já havia criado essa concepção anteriormente, mas não tinha encontrado um nome como o de agora. Antes eu chamava de curiosidade: curiosidade em conhecer, valorizar as vivências, a bagagem e acreditar que cada um tem algo muito incrível a se compartilhar.
Infelizmente minha biblioteca ficou aberta, durante muito tempo, para leitores que não se interessam pela minha literatura e, por um momento, vi minhas estantes sendo vasculhadas e tudo o que é bom sendo levado, mascarado, deixado, rasurado… enfim, dei a chave para pessoas que, sem culpa, não se encontraram em meio a infinidade de livros que ofereci.
Não somos obrigados a amar todas as leituras, mas temos a obrigação de abrir um livro sem deixar rasuras.
Não tiveram o mesmo cuidado comigo e me encontro buscando pelos capítulos onde me perdi.
02:57 e estou decidida a mudar, agora a chave é minha e eu determino quem pode entrar. Minha essência está escrita em mim e escolho não mais me ver apagando certas palavras a fim de caber em páginas tortas, estantes que não me pertencem, bibliotecas que não querem o livro original: não mudo mais as capas.
03:01 e decidi que a biblioteca que tenho construído tem muito valor. Tudo importa dentro de mim.
03:07 e esse texto não é sobre bibliotecas.