Retalhos
Somos o que vivemos. Essa soma de encontros perdidos na memória mas gravados na alma. Aquilo que pretendemos ser só tem valia quando já se tornou passado, fato concreto, irrefutável. Apesar de respirarmos intenções, elas só nos sustentam quando se tornam ações. Mesmo anseiando amores, os platônicos de nada acrescentam. É na construção cotidiana do afeto que se renova o desejo.
Somos simples, na verdade. O complexo é somente um amontoado de coisas simples que não se deram bem. Todos que querem se sentir bem, todos que querem amar, todos que querem te um vida feliz, todos que querem um bom dia na cama, todos que querem um beijo estalado de noite, todos que querem um colo no domingo, todos que querem um bom livro no parque, todos que querem um gato ronronando no seu lado, querem a msma coisa: algo que complete o mosaico de seu ser.
Alegria, tristeza e dor, saudade, suspiros de amor, paz, felicidade, ansiedade, tranqüilidade, são retalhos que compõem a colcha que nos cobre a vida. E, através dela, é que vejo você.