FELICIDADE DE FORMA AUTÊNTICA
Todos querem ser felizes mesmo que para isso façam outras pessoas infelizes. Mas, infelizmente, poucos se dão conta de que sua própria felicidade, que caminha ao lado da alteridade, depende da paz em meio a tudo o que nos cerca, ou seja, tanto nas relações com outras pessoas, animais ou seres, quanto no que se refere a própria vida intima e os significados que atribuímos às pequenas situações da existência cotidiana. A felicidade está menos ligada a superficialidade da satisfação dos prazeres, do que na transcendência do ser na descoberta do sagrado e de Deus na centro da alma; ela acontece na espontaneidade e no deixar ser o que só o ser pode ser o que é. No cuidado de ser e do ser, respiramos e inspiramos um ar puro de liberdade e transformação. Uma felicidade completa como um instante fixo é de fato uma grande ilusão, todavia não deixa de ser uma clarividência o ato de conhecermos algumas felicidades produzidas por nossas ações na vida social ou ante uma compreensão profunda da existência. Eis aqui o diferencial para assim chegarmos espontaneamente ao florescimento de nossas aptidões. Pelo menos é o que nos mantém vivos e perseverantes num mundo cada vez mais abundante em antinomias e desafios impostos. Se podemos pensar na ideia de felicidade, certamente nos depararemos com a qualidade de nossa vida psíquica e espiritual, uma vida na qual não importa sermos mais poderosos financeiramente ou termos mais status social, mas sim sermos mais autênticos, ou melhor, alcançarmos uma certa integridade intermediada pela maturidade da sabedoria da vida, cujo valor nos ensina a não perdermos tempo com ilusões e futilidades.