Morte lenta
Posso sofrer tomada por mil feridas abertas, mas estarei seguindo em direção às lâminas, desejando oferecer meu corpo para adubo de seu jardim.
Minha cabeça, meu coração, minha vida, não podem girar em torno de outra órbita. Você é planeta, no qual é o único que posso habitar. Você é também a força da gravidade, e, aposto, o centro do universo.
A cada pulsar da minha carótida, me faz crer não ser possível viver sem você, do começo ao fim, quero que você fique. Você é o motivo pelo qual me mantenho firme.
Você é como um cigarro. E eu, inebriada, trago loucamente, perdida neste viciante gosto fúnebre de solidão. Mesmo estando ciente do mal que me causa, eu me sinto disposta para, desta morte lenta e febril, fruir de cada inesquecível segundo.