Lacrimosa
Quando a morte chegar não há mais momento para arrependimentos. Seremos todos postos nas macas de ingresso ao infinito. De ingresso ao martírio. E aquilo que deixei de fazer? E aquilo que fiz e do qual me arrependo?
Quão cruel eu fui, quão bom eu fui? Quão orgulhoso, quão egoísta? Quanto tudo isso irá pesar?
O filme da vida se passando diante dos olhos. O último instante chegou. Não há mais tempo, deixou para depois. E esse depois se perdeu. Acabou. A viagem chegou ao fim. O trem partirá sem sua presença. Apenas as lágrimas que caíram continuaram seu rumo.
Oh, o que é o outro lado? Existe o outro lado?
O lado invertido pode ser uma realidade, em que lado estou?
E apenas consigo concluir, sou espectador da turbulência do tempo e da minha própria ignorância.