Encruzilhada XVI

Estou louco, meu caro Tse…

Pois encontrei a felicidade em meio ao desastre

E foi barato, custou o suficiente para recomeçar uma nova vida

Sou eu, renascido como um novo homem, um novo poeta

Meu caro mestre, perguntei aos monges onde eu encontro a…

-Você não pode encontrá-la

-Se fosse tão simples, a humanidade não a valorizaria

Deus é de fato real?

Você achou o que procurou a vida toda?

-Você deve seguir andando garoto, a viagem é longa

-Você tem potencial, um sorriso cantado e olhos rosados

Eu já não sei mais…

Eu nunca fui um monge…

O homem deve manter-se puro

Mas jamais deixar de viver por essa pureza

Deve ser livre para criar seus valores

E segui-los acreditando que está fazendo o bem

Estou feliz e conformado…

Deste pensamento vasto e sempre cruzado

Obrigado as boas companhias em meus dias turvos

Obrigado as nuvens que escondem meu brilho

Gratidão transforma o que temos em suficiente

Pois meu conhecimento se tornou tesouro

Sou aquele que partiu para as montanhas

Sou aquele que chamam pela vizinhança

Entrelinhas que são tantas…

Estrelinhas que sempre brilham…

Entretanto eu já não parto

Estrelinhas que se apagam…

O caminho para a felicidade já é trilhado

Ela sempre andará ao teu lado

Mas seu contraste também o acompanha

E às vezes ofusca a presença dela…

Eu… eu não a encontro

Talvez essa página está faltando

Pois eu fiz mais um poema pisoteado

Obrigado as nuvens que escondem meu brilho

Lembro dessa doce saudade de abraçar-te

Sorrir contigo sobre os mesmos problemas

E reclamar das mesmas coisas

Para no fim fazer tudo diferente sem a sua companhia

O amor divino não se aplica a homens como eu

Afinal eu gosto de explorar os seus pecados

E admito não ter moral para desejar o olimpo

Mas eu não entendo o motivo dele fazer o mesmo e ser um santo

Encontrei a personificação de afrodite

Também a tal pomba branca

Talvez o elixir da divindade

E meia dúzia de ovos de midas

Caminhei muito até essas “milhas” pegadas

Estou contente com este café na bancada

Esse lápis e caneta e uma breve serenata

Dedicada a tal da Vitória…

“O poeta da vizinhança de barreto”

-esse é aquele garoto dos trechos simples?

não são tão simples…

-Será que esse texto é realmente dele?

Eu acabei derramando café demais

E minhas telas brancas mancharam

Junto a cada gota, perdi cada palavra

Esse trecho foi taxado…

Eu cruzei e cruzarei cada vez mais essas linhas

Junto a cada poema vasto de meu nome…

Eu sou aquele menino com medo de palco

Mas também sou o poeta dos mil cruzados!

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 23/06/2023
Código do texto: T7820606
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