ilusão

me apresentaram um unicórnio

e eu fingia olhar para o cone

posto na cabeça de um cavalo

como se fosse algo mágico

quando passei a descrever

o verdadeiro animal

seu dono se assustou

“ele é mágico, não entenda errado”

eu assustava

não pela capacidade da ilusão

mas por ver entre os gestos e palavras

o verdadeiro ser

se é isso que quer

fingirei acreditar em pote

no fim do arco íris

mas a verdade não desaparecerá ao me afastar

você ainda será

um simples cavalo

com um cone na testa

e eu ainda o acariciaria