Arte, e imundície.
À nossa disposição, em revistas, filmes, e, na internet, em incontáveis sites (saites, em vernáculo; ou sitios, assim dizem os lusitanos), pinturas de Michelângelo (ou Miguelângelo, ou Miguel Ângelo?), de Guido Reni, de Peter Paul Rubens, de Leonardo da Vinci, de Bartolomé Esteban Murilo, e de inumeráveis outros pintores, e há quem admire pichações expostas em paredes e muros e portas metálicas de estabelecimentos comerciais.
Muitas dentre as pessoas que admiram as pichações não a preferem às pinturas dos gênios mencionados acima e às de inúmeros outros, pois as desconhecem - delas, e deles, jamais ouviram o nome. E não se pode ignorar: para muitos - se não todos - adoradores das sujidades são esnobes, pernósticos, criaturas para as quais torcem o nariz, as pessoas que sabem admirar, valorizar, respeitar, os pintores das obras-primas da pintura universal.