Reflexão sobre o Luto
Ontem durante a missa, o padre fez uma reflexão sobre o luto.
Me inspirou a escrever.
O luto é muito particular e específico em cada pessoa.
Comigo sempre fica a imagem da última vez que eu vi ou conversei com a pessoa.
Meu primeiro contato com a morte, foi do meu avô paterno. Meu avô nunca tinha me abraçado e pegado no colo. No último dia, ele me abraçou, me pegou no colo e brincou comigo. No outro dia ele morreu pela manhã.
Nunca vou esquecer aquele dia, eu era uma criança.
Na segunda vez que a morte chegou na minha família, ela levou minha avó paterna.
Era uma quarta-feira de manhã e meu tio teve uma calorosa discussão com a minha vó. Eu presenciei tudo e ao final minha vó chorou no banco da varanda, segurando minha mão . Na noite do mesmo dia ela teve um AVC e após sete dias foi o seu sepultamento.
Na terceira vez, meu avô materno.
Acordou bem cedo e ainda conversamos, ele disse que não ia levantar porque o tempo estava frio, iria dormir um pouco mais.
Foram suas últimas palavras, ele nunca mais se levantou.
Pouco mais de meia hora depois ele sofreu um infarto fulminante. Quando o encontrei ele ainda estava quente.
O luto é temporário, mas não é o mesmo tempo para cada pessoa. Existem pessoas que sofrem com o luto por muitos anos. E também outras que nunca superam. É um sentimento particular e depende do tipo de relacionamento e afinidade.
Cada perda é como um pedaço do coração, que vai embora, e a dor fica.
São como cicatrizes permanentes que guardam lembranças tristes.
Ninguém está preparado para esse sentimento, nunca é fácil.
E de um modo ou de outro, a vida vai ter que continuar, pra todos que ficam.