Houve...

Houve...

Houve um tempo em que chorava, um tempo em que ruas eram escuras, um tempo em que sem tempo, eu corria no intuito de ser alguém.

Amei, sem sentir nada, fui amado sem saber que sabor tinha, inventei amores sem saber que tipo de design usar, qual fonte criar, e mais, o tamanho exato de cada página a ser configurada, pintei belos quadros, em quadras surrealistas, admirando no abstrato, todo concreto de ser.

Fui corsário em navegações simples, aventurei-me em terrenos hostis de conteúdo mascarado pela densa florestas de palavras sutis...

Fui arqueólogo em tantas descobertas já mostrada a tantos na vida, vir-me dono de tantos ouros de tolos, que, tolamente ergui monumentos as tantas escavações sem artefatos a serem admirados, mas, de fato me achava detentor de tão fabulosa relíquia...

Fui eu apenas em muitos de mim, por sê-lo, ofendi, machuquei, criei inveja aos olhares mortos pela vida de outrem, sem perceber fui abandonado por querer mostrar-se encontrado, fui morto em sentimentos por estar vivo nos sentimentos a mim oferecido, e, quando regulei meu eu, fui esquecido...

Agora, Houve um tempo em que chorava, um tempo em que ruas eram escuras em cada sala de estar, um tempo em que sem tempo nenhum, eu corria no intuito de ser alguém, para um alguém que me tinha como nada...

Houve.

Texto: Houve...

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 19/06/2023 às 12:32

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 19/06/2023
Código do texto: T7817388
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