Lobo

Lobo de papel queimando em meio a lágrimas celestes, animal sem alcateia, criatura com garras de vidro em duas direções, correndo entre sussurros a se perder no gelado silêncio do oceano sem água. Sonho fragmentado, mão estendida em direção a estrela caída oculta por sob a máscara sem máscara, desejo de alcançar além de pontes quebradas. Afundar na doce melancolia da canção perdida, uivo sem som na noite sem estrelas. Fera fantasma correndo em direção ao farol no mar acima, habitando no silêncio ao qual nunca escolheu, deitando em meio a sonhos no recesso noturno, sonhando encontrar o que lá permanece ao acordar, mesmo sabendo que no silêncio foi amaldiçoado a morar.