direção
já ouvi o conselho de nunca olhar para trás
e algumas vezes repito isso comigo
enquanto olho uma lembrança sua emoldurada na parede
me pergunto porque não consigo
eu tiro o seu mérito e estrago a sua imagem
minha companhia não carrega seu brilho
nunca preencherei os caminhos que você tem percorrido
antes de ver a solidão eu a encarava com muita bravura
hoje os minutos me amedrontam e afundam meus pés
quanto maior o meu esforço maior é a prisão ao chão
agora lembro das conversas ínfimas
e das coisas que eu forçava não me importar
eram insignificantes para sua vida
vivo por aguardar uma palavra sua escutar
nosso silêncio é claro e assertivo
nele tu descobre meus segredos e eu percebo sua ausência
perco as pequenas coisas que mantinham conectado a ti
quando tu se cala e permite tocar o mudo
percebo que mudar o caminho quieto é essencial para mim