FOLHAS DO ÁLAMO

Quando eu crescer, quero ser uma árvore. Uma dessas árvores cheias de galhos para dar muitos abraços. De tronco firme para aguentar as tempestades, e raízes profundas para não ser arrancado do chão com a força (estúpida) das palavras. E frutificar - Seria uma forma de retribuição. Ainda, se não fosse querer demais, adoraria ter folhas... - Milhares delas povoando os ramos. Uma árvore possante, portanto.... Um álamo!. As árvores já sabem que vão ser árvores ainda sementes. Os homens é que são lerdos. Quando se descobrem já estão no fim de sua existência. Volto a falar das árvores: à terra, fincadas.... - Mas, não como um castigo. Apenas entenderam os seus propósitos; e, assim, obedientes e conformadas, ganharam o direito à beleza das flores. E quanto aos homens, só na morte é que conseguirão germinar. Um pobre e tolo poeta escreveu que era o melhor poeta do mundo. Pobre e tolo "melhor poeta do mundo", como tens o que aprender com as árvores. Ora! Sinto que tua arrogância reside em não se (re)conhecer. E, nem assim, serás comparado ao menor dos Choupos. As árvores não têm medos. Os homens inventam coisas não para serem úteis, mas importantes. Sejamos justos com as árvores. Elas merecem os frutos pelas perdas do outono. Se eu não puder ser uma árvore frondosa e secular... - Que eu seja demasiadamente breve.

Misael Nobrega
Enviado por Misael Nobrega em 14/06/2023
Reeditado em 05/08/2024
Código do texto: T7813770
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