Uma distopia
Vivemos numa distopia, que está a pedir um George Orwel, um Aldous Huxley, para retratá-la, em prosa, numa obra que, perpetuando-se, jamais permitirá que os homens esqueçamos a nossa insensatez.
A distopia, a na qual estamos mergulhados até o pescoço, não saiu de nenhuma obra literária, da cabeça fantasiosa de nenhum escritor de sci-fi. É ela real, fruto de mentes diabólicas desprovidas de imaginação; corrijo-me: imaginação tais mentes possuem, e elas a canalizam para a ereção do inferno na Terra.
E os brasileiros, que estamos a ver o Brasil de ponta-cabeça, perguntamo-nos como chegamos onde chegamos e aonde iremos parar, muitos dentre nós estupefatos, temerosos de um futuro lúgubre a repetir em nossa terra o que se vê em terras ao norte que com o Brasil fazem fronteira. E há muitos bípedes implumes a suplicarem por tal sorte: os que sonham viver numa distopia, que eles crêem ser uma utopia, um mundo perfeito, o outro.