Aprender para amar

Se quisermos viver uma bela, inspiradora, satisfatória e enriquecedora história de amor, não basta que sejamos bons amantes, românticos amantes, sensíveis amantes. Não... Precisamos, antes de qualquer coisa, sermos bons aprendizes, pessoas que sempre gostam de aprender, pessoas que enxergam no aprendizado a fonte de evolução, transformação e crescimento que tantos buscam. Porque o amor exige que tenhamos disponibilidade e capacidade para aprender coisas que vão além do nosso limitado mundinho. Para o amor funcionar, realmente, vamos ter que aprender a contemplar a vida como o outro a contempla. Não quer dizer que passaremos a ser e viver como ele. Quer dizer apenas que o compreenderemos em sua completude.

Viver junto é aprender aos poucos o que o outro tem por dentro (Luis Fernando Veríssimo)

Às vezes nos deparamos com casais que se conhecem de uma forma tão íntima e confidencial que ficamos nos indagando sobre como conseguem agir dessa forma, como conseguem parecer tão unidos, síncronos e unidos. Pensamos que é algo mágico. Mas o amor não é mágico. Talvez ele provoque sensações que a materialidade da vida não seja capaz de explicar. No entanto, são reais, nós as sentimos de verdade, ao passo que mágica não passa de ilusão. Então, não. O amor é não é algo mágico. A questão aqui é que aqueles que conseguem se aproximar ao ponto de se tornarem conhecidos um ao outro estiveram, acima de tudo, dispostos a aprender um sobre o outro. Souberam conversar. Souberam ouvir e falar. Souberam compreender as entrelinhas. Souberam decifrar o silêncio. Souberam reconhecer o olhar. Souberam anular a si próprios para que o outro conseguisse se revelar.

Então para que o amor funcione, seja um excelente aprendiz. Reconheça, humildemente, a sua ignorância. Você não sabe tudo sobre os outros. Então não suponha. Não seja apressado em suas conclusões. Antes, ofereça-se a ouvir, preste-se a descobrir, permita que o outro olhe em seus olhos e lhe revele a própria alma.

(Texto de @Amilton.Jnior)