I-XCIV Jaezes de vida e morte
Pobres folhas pardas, onde a tinta se derrama,
pintando loucura com drama.
São portas para um cenário funesto, onde estive desde a infância,
até me tornar vivido e sem esperança.
Fundamentais à minha obra, são consequências de mim,
nada é sombra, e luz não me inspira assim.
O silêncio de hoje não é em vão,
veio para ver quanto guardei:
Inventando e multiplicando o que sei,
dei-me a muito mais do que realmente amei.
Lírico é o pranto, vivo do sono, efeito do ronco,
sempre alérgico, sendo enérgico, estando exausto,
é demais para um homem tão calmo.
Um dia contarei histórias, trarei a bobagem de outrora,
quebrarei conversas com poesias metódicas,
mas, por enquanto, obceco-me nesta obra.