Célio

Tem dias que nem me lembro. Tem dias que nem me esqueço. Tem dias que lembrar é doído demais, são muitas lembranças do que jamais acontecerão. Tem dias que só a gratidão me resta. Gratidão por ter tido suas mãos me guiando, mesmo que breves tenham sido seus passos a minha frente.

A luz que há em mim, foi você que me ensinou a brilhar. A graça de rir das cinzas, vem da certeza que você sempre me deu de que no final tudo tem solução e a desesperança é só uma ilusão. E de ilusão em ilusão, eu quase te perdi, quase te fiz partir novamente, mas quando alguém vive dentro do coração, esta pessoa jamais será morrerá, jamais nos abandonará. Que me valem mil medalhas se não fossem seus olhos a brilhar por mim?

Que hoje minhas mãos, que de tão parecidas com as suas, possam ser a segurança, o conforto, o guia daqueles que você não viu chegar. Que meus passos possam te orgulhar, mesmo que de orgulho ninguém viva. E que seja eterna esta saudade que a sua falta me faz, porque foi ela que me ensinou o que é amor incondicional, o que é perdoar, e o que é ter o conforto que só o amor sincero trás. Se de tal sentimento não conhecesse, nem de vida saberia falar.

Por hoje, por todos os anos que se passaram, por todos os anos que ainda virão, por cada vez que sua ausência me sangrou, e por cada vez que suas lembranças me aproximaram de você, você é o pai que meu coração escolheu, e dentro do meu coração não há espaço para o seu adeus.

Gabriela Lourenço
Enviado por Gabriela Lourenço em 09/06/2023
Código do texto: T7809431
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.