Simples assim
Não quero o sublime. Quero só o essencial. Quero a rima de coração com melão. Quero o nome da flor. Quero a prosa dos pequenos. A onomatopéia do bicho de cem pernas. O ploft do palhaço e o chuá da chuva. Quero o bilhetinho anônimo na mochila. Quero o pega-pega das borboletas. Quero os olhos fechados para o beijo. Quero o esquecido. O abandonado. Quero o "já estou velho demais para isso". Quero só letrar. Quero brincar de esconde-esconde com a ideia e de amarelinha com a palavra. Quero me sujar nas interrogações. Perder o tampo do dedão do pé nas exclamações. Quero enxergar novamente. Como quem não entende das coisas.
Antes que anoiteça e mamãe nos mande entrar.