Muitas são as vezes
Muitas são as vezes em que meus sentimentos ficam imersos,
afundados em tantos pensamentos que permeiam a razão e
me devolvem uma realidade concreta onde o frio de outros
pesares não consomem mais nenhum calor que acomode,
tampouco qualquer resquício de estabilidade a firmar alguma
estada, confortando um luto por demais alongado. Assim é a
morte em vida, findando esperanças, diluindo ressentimentos
e avivando apenas a morbidez de uma solidão recatada.
Muitas são as vezes em que a verdade faz-se nua e crua,
devastando em ruínas as partes obscuras de uma alma febril,
descrente e abismada.