Desabafo
Me pego a pensar nas pessoas
E no mundo ao nosso redor
Nas árvores derrubadas
Nos animais enjaulados e os maltratados
E tenho vergonha de mim mesmo
Penso nas crianças abandonadas
Nos idosos abandonados em asilos
Sem um abraço, mesmo sem saber quem são
Sem um abraço ou boa noite
É estranho, a juventude é má
E não me diz nada
E meu grito no silêncio
São apenas gritos
Não a ecos para me responder
Nem o universo tentando me explicar que a vida é boa
O rio da vida, sempre serpenteando por aí
E a loucura cura qualquer solidão.
E os ecos talvez estejam loucos
Pois me respondem qualquer coisa
Menos o que quero ouvir
Te procurei nas avenidas sem vida
Dessa cidade monótona.
Sei que está perdido.
Mas calma, não desista
Nos faróis verdes e amarelos
Tentei não atravessar a faixa de pedestre
Com medo que vc estivesse do outro lado
De tanta gente que eu nem sei o nome
Que passaram por aqui
Talvez tenham deixado alguma pista
De baixo da faixa a algumas desculpas
Mas só encontrei motivos, mas não do porquê você se foi
Vi loucamente o relógio girar
Enquanto eu sentia sua falta
E me pego a pensar
Se ainda consigo gritar no silêncio da vida
Que chegou ao seu fim, amargamente
Tentando entender tudo e a todos
Chego em lugar nenhum
Me pergunto o porquê o ser humano é tão destrutivo
E o que pensar quando tudo esta desmoronando
O que fazer?
Mas só não me venha com sua fé cega.
Esperar, esperando em um bar qualquer
E toda vez que estou a mil nas avenidas
Reparo em pontos de ônibus, e em rostos sem vidas
Querendo pegar algo que lhe de esperança e te leve p, qualquer lugar
Mas menos para a estação da felicidade
A espera, soube me entender
Pois pude me perder várias e várias vezes
Tentando entender a vida, tentando achar resposta
Onde não existia
Tentei não desistir, mas cheguei ao fim da vida
Com alguns amores e alguns bens
E um sorriso triste e nada mais
Teimo em procurar, tento encontrar a esperança que você tanto fala
Mas confesso, que não acredito mais
Sofri tanto, que meu coração aprendeu uma dura lição
No final não levamos nada
E o conhecimento é a única coisa que levamos com a gente
E isso ninguém pode tomar da gente
E talvez o paraíso,
O paraíso seja o aqui e a agora
Mas somos tão destrutivos.
Que construímos arranha-céus, destruindo assim o paraíso
E inventamos um paraíso, após a morte
Só para nos acalmar e ir em paz
É estranho não acha?