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A MONTANHA VIII

 

- Mesmo durante o período de férias escolares, sempre íamos para as terras nossas. Lá além de muito serviço para ser executado, havia também a exiguidade do tempo, tínhamos que correr com tudo. Tínhamos apenas trinta dias para executar os serviços, éramos poucos, mas, o velho contratava um "coelho!, para puxar a galera na roça.

- Os trabalhos eram durante toda a semana e no final de cada dia, batia aquele consaço físico e o que relaxava era tomar banho no "poço da pedra'. Poço da pedra era muito conhecido por nós, bastava mencionar  o poço da pedra, para a meninada correr e pular no rio.

- Muitas brincadeira dentro da água. A tradicional era brincar de jacaré.

- Um deles era escolhido para ser o jacaré. Fazíamos uma roda bem grande e  o jacaré tinha que mergulhar e conseguir tocar em outro alguém, e o jacaré ficaria com o que foi tocado.

- Divertidíssimas as brincadeiras.

- Mas, a montanha estava lá.

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- D e repente o tempo, lá pelas 17:30, começava a mudar. Olhavamos para o céu e as nuvens se movimentando e cada vez mais escuras. O vento assoviava nas árvores e os pingos d'água já estavam se precipitando, então cada um corria da forma que podia até chegarem na sede da fazenda. Agora era só apreciar a chuva no bananal, um som forte dos pingos  d'água caindo nas folhas.

- Não demorava quarenta minutos e vinha a estiagem. Mas, a noite já estava batendo na porta e agora era cama para quem quer dormir. Mas, ainda insistia aquela chuva fina a noite inteira e o frio tomava conta do tempo.

- Dormia de um lado só, pelo cansaço que foi o dia. Assim dizia o velho pai.

- Logo de manhã às cinco horas, todos já estavam de pé, com muito sono,mas, era obrigado a nos levantarmos e correr para o curral, tirar o leite das vacas. Com lama e chuva e mesmo assim tinha a certeza de que era para se cumprir a tarefa. Depois disso, cada um deveria pegar a sua ferramenta, ou enxada ou foice, dependeria do que era para ser feito.

- Mas, isto, quem decidia era o pai. Ficou então decidido que era carpir. Então, hora de amolar as enxadas na pedra.

- Tudo pronto. O dia estava no início e como era longa esta manhã. O dia não passava; Lá pelas onze horas a mãe dava o grito lá da sede, " vem almoçar!". Rapaz, nesta hora, cada um encostava a enxada na bananeira e deixava alí mesmo, passava na bica, lavavamos as mãos e pés e corríamos para casa. Agora nem pensar em enxada, só comer e descansar um pouco, pois, o velho logo chamava todos para a labuta.

- Aquela rotina cansativa estava me matando, só pensava uma maneira de sair dessa. Foi então que ouve o sorteio, para quem caberia apartar o gado. Nesse dia ganhei e saí mais cedo da roça, peguei os arreios, selei o cavalo e parti para o campo em busca das rezes. Esse momento era sagrado e cada um tinha um dia na tarde para fazer isto. Maravilha, pois, após apartar o gado, partiu "poço da pedra".

- Lazer, água fresca, sol. Precisa de mais?

- Assim , a vida ia passando, devagar, mas ia.

- Bons tempos aqueles.

-Eles passaram, mas, suas marcas ficaram.

- Mas, a montanha ainda está lá.

 

Abraços ej...!!!

 

 

 

Ejedib
Enviado por Ejedib em 06/06/2023
Reeditado em 07/06/2023
Código do texto: T7806925
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