Denotação e conotação em Stuart Mill
De acordo com Stuart Mill, a denotação consiste em um ente passível de receber um determinado atributo. Por exemplo, pode-se pensar em uma dada caracterização: “retangular”, a partir dela, desdobram-se objetos que podem ser determinados pela característica retangular, como: tampo de mesa, placa, bandeira, por exemplo. Ou seja, tais palavras são denotações/denotam uma característica (retangular), de forma a especificar, visto que nem todas as placas são retangulares, por exemplo. O termo denotação, que advém de “denotatio”, guarda consigo a ideia de nota no sentido de palavra, tratando-se do sujeito, de um dado objeto ao qual a caracterização se refere. Já a conotação diz respeito ao atributo que é dado a determinada palavra, conotando-a. Isto é, fornecendo-lhe uma qualidade. Ainda partindo do exemplo do termo “retangular”, pode-se dizer que a palavra conota particularidades como: ângulo, retilíneo, quadrilátero, entre outras, de modo a caracterizar o termo em questão. Para Mill, os nomes próprios não podem conotar nem serem dotados de qualidades, uma vez que se trata de nomes singulares que fazem referência a um único indivíduo. Assim, nomes próprios não têm, a rigor, nenhuma “significação”, apenas denotam, posto que para o autor, o significado de um nome é dado por aquilo que ele conota (atributo), não por aquilo que ele denota (sujeito). Ao mencionar a diferenciação semântica entre denotação e conotação proposta por Mill, não se pode negligenciar a perspectiva do autor sobre a lógica no contexto de sua teoria dos nomes,
bem como a distinção que promove ao afastar a coisa (no âmbito da denotação) de seu significado (dado pela conotação), o que dialoga com sua teoria da referência direta ao afastar suas concepções de uma ordem mental, na contrapartida de outros autores, como Russell, que se baseia no descritivismo clássico, e Frege, que alvitra um conhecimento por familiaridade, o qual, do mesmo modo, culmina na descrição.
Descrição: Filosofia da Linguagem