A Visita Astral.

Hoje, às 23:00 horas ela veio, sentou no chão rente ao meu colchão, e, apenas me olhava. Por minha vez, eu fixava meu olhar no vazio dela, porém, sabia estarmos nos vendo.

Depois de minutos assim, perguntei:

- O que a trouxe?

Em silêncio, contudo, respondendo mentalmente, disse:

- Vim te ver! Por que? Veja onde você chegou painho... Por outro lado o vejo sorrindo.

- Eu sei, paguei o preço de ser, nós sabíamos, que, nesta constante busca pelo amor, causei desamores...

- Dinho...

Senti naquele frio emanado pela sua presença, um leve aquecer, como se em abraço me envolvesse. Lembrei de seu sorriso quando me falava assim:

- Ninho, alguém te espera, e, também o procura...

Ela sempre profetizava tal argumento, mas, nunca dei ouvidos, achava engraçado, muitas vezes desconexo... Até hoje.

Há um mês atrás, como poderia supor tal fato, cinco anos escrevendo coisas fúteis, inconsistentes, ofensivos as doutrinas criadas por meros mortais, alguém ao sul me nota, não que, não fosse assim, mas, essa não foi apenas um comentário, comentado por "educação".

Será ela?

Por que ela?

E, olhando para o escuro do quarto, perguntei:

- Por que agora? Logo no momento desgraçado de minha vida como gente.

- Não sei! Disse ela. Nem mesmo sei se é ela, pode ser algo duradouro, de tão pouca duração, ou, pode ser algo repentino, de uma vida repentina...

- É Lene, seja como for, será assim, vou viver como um adolescente juvenil, amando amar aquela em meus olhos fruto da íris vestida da indumentária pura...

Nesta hora, a vi sorrir assentindo com a cabeça. Porque estava aqui? Não sei ao certo. Mas, estava! Sentada a minha frente como de costume quando profetizava meu grande amor, não aquele de filmes, e sim, daqueles que a amizade cultuava...

Esteja em paz Lene. (Eliene.)

Texto: A Visita Astral.

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 30/05/2023 às 23:35