POEMA TERMINAL
POEMA TERMINAL
Os poemas continuam na continuidade descontínua do fim.
A espera oficial nasce da esperança universal.
O sorriso acusa as mordidas do presidir à coletividade subalterna.
O conhecimento das dores profundas apenas cura as intensidades.
O otimismo toma posse de uma positividade crônica para sanar a realidade crítica.
A defesa respira o alívio do voo arejado pelo possuir das antecipações.
O aprender gradual das profissões afoga os números na purificação das letras.
O tempo naufraga nos nomes do florescer.
O jogo das palavras infantiliza somas.
O pessimismo, como uma criança, chora pela nobreza higiênica direcionada ao exterior.
O conceber enfeita as adversidades das gerações.
O poder ouve a cegueira cortada pelos instintos.
A sede do beber aromático transpira pela inspiração devocional.
O começo termina com o adiamento.
Sofia Meireles.