ANTE O INTERMINÁVEL DAS LETRAS
ANTE O INTERMINÁVEL DAS LETRAS
Letras pessoais anunciam os nomes confusos das peculiaridades públicas.
O apenas cuida das individualidades únicas, relevantes para os movimentos coletivos.
A espera do fazer nasce dos crescimentos ativos.
A firmeza possível da solidão afirma a estabilidade dos monólogos.
As ofertas do não prescindem de concessões.
As demonstrações secas das ausências proliferam as constâncias das faltas dispensáveis.
O recolhimento fertiliza a esperança dos alcances.
O avesso supersticioso desatina a loucura.
O resignar verbal deturpa os desígnios do silêncio.
O querer conjuga o tempo e o modo do ter.
O nada nega o desejo das exclusividades.
Ao ser posse, o possuir é uma possessão obsecada.
O amor ao sonho invisível beija compromissos unidos.
A imaginação onírica significa o vocabulário da realidade subjetiva.
Infinito, o consumir da brevidade substitui o consumar pelo prolongar.
Efemeridades pronunciam as perdas das eternidades inexistentes.
As adversidades dos aprendizados desperdiçam as descobertas iguais das diferenças intermináveis.
Sheila Gois.