SONHOS DE JUVENTUDE - Ô minha alma adulta!...

SONHOS DE JUVENTUDE

Ô minha alma adulta!...

E a menina se fez gente grande. Não mais brinca de boneca, não mais usa cabelos de trança. Passaram o tempo do balé, e no seu corpo já se ver as transformações de uma nova fase do tempo. Não, é mais menina, também não é mulher, é médio, é quase, é jovem... Não mais sonha com papai Noel, não mais escuta estorinhas de lobo mal, mais sonha com aquele príncipe encantado, montado em um lindo cavalo branco. E sonha acordada, sonha no banco da pracinha quando ver os casais se enamorando e tem aquele pipoqueiro que assiste ao primeiro beijo. E sai pôr aí sonhando... Ah! Quem sabe? Sonha até quando está dormindo, ou acordada talvez! Ahah... Como é bom sonhar!... As curvas do seu corpo mudaram, não é mais pequeno, é médio, mais quer ser grande. Às vezes nem entende, mas quando se olha no espelho, se assusta com sua própria imagem, e logo percebe que algo está mudando como um botão de rosa que desabrocha.

Passou o tempo da escolinha, em que nove e oito era dezesseis o primeiro maternal e as brincadeiras infantís, também passou... Vieram os primeiros namorados, a turma do colegial, o telefone celular e a coca nas máquinas. Isso agora faz parte de um novo show. E ela sai por ai sonhando, suspirando desejos, vivendo emoções. Aquele quarto cheio de adesivos, agendas e posters coloridos falam desses sonhos. Os shopings, o batom de moça, a bolsa nas costas, o vestir cor de rosa e a velha calça jeans rasgada, tudo isso fazem parte desse show, desse sonho, está na moda, sei lá!..

Nas curvas de um corpo jovem, bonito, saudável e mais puro que o mel silvestre, fica agora seus pais, meio desajeitados, de longe a observar e a se questionarem, como se não mais reconhecessem aquela criatura. Cadê aquela criancinha que não mais a vejo? E o cheirinho de leite sobre a pele? Não, não mais existe! Os anos se passaram, e na dura corrida do relógio do tempo, e nas ditaduras sofridas das horas, a criança cresceu. Cresceu e os pais nem perceberam. E agora ela está ai, irradiante, feliz, contente, jovem, sonhando... E é este sonho que alimenta hoje a alma de quem por esses momentos um dia já passou. Ó minha alma adulta! Como eu queria reviver de novo este sonho!... Diz aqui o autor.