Marujo que não sabia nadar
O que vi não posso falar!
Silêncio, assim me manteria se pudesse, meu primeiro contato com a vida alienígena, um barulho esquisito que emanava do computador, um som que só ouvi a primeira vez neste século. O telefone era a porta de entrada para a internet discada, eu era uma criança privilegiada perto dos meus pares, pois tinha acesso a grande maravilha chamada internet, só usávamos a noite e nem sequer sabia o por quê, não me importava, estava pronto para navegar, o jovem marujo que vencia o sono para ver o infinito mar.
Sempre achei que o telefone só chamava de lá pra cá, mas, para minha surpresa agora o telefone tocava, finalmente o mar aberto, a banda larga. Não havia limites, para qualquer lugar agora podíamos ir, sem pensar, era apenas navegar, a qualquer hora em um clique, num simples pestanejar.
Soa estranho falar disto neste tempo, me sinto jovem, porém, extremamente experiente. Pois o que passei não é para qualquer um, em minhas primeiras viagens solo vi que o mundo era maior do que imaginava, havia tanto a ser descoberto que nem sequer sabia por onde começar.
O primeiro desatino foi no cabo das tormentas, o caminho da Ásia, como disse, é difícil imaginar a dificuldade que era naquele tempo chegar lá, conhecer uma nova cultura e respeita-la, o mundo atualmente começa a ver o que vi a décadas atrás, um reino que talvez seja maior do que possa parecer. Que droga, me distanciei da historia. Antes de chegar lá, houve grandes tempestades de informações, e o Kraken afundou a embarcação, e o Mané Pereira aqui viajante de primeira viagem não sabia nem nadar.
Naquele momento estava agarrado a um pedaço da embarcação à deriva no mar, e vocês nem acreditam no que vi por lá?! O que vi?
O que vi não posso falar!