De Volta ao Passado
O chapéu com sobretudo e bengala desfila nas ruas empoeiradas, dividindo espaço com cavalos que puxam charretes elegantes.
Sombrinhas, fitas e farfalha de tecidos elegantes acompanham nobres cavalheiros.
Tudo te interessa, uma curiosidade encantadora.
Retratos pintados a mão exibidos em uma sala sombria.
Uma mesa farta com toalhas bordadas a mão.
As piadas sem graça provoca risos ensaiados.
As rosas mudas num canto da sala contemplam a doce jovem tímida.
Um olhar viril procura o dela, mas apenas o piso de mármore tem sua atenção.
Os decotes ousados dançam no salão de festa.
Um disfarce caminha pela empobrecida rua para procurar o sonho de amor;
É tão belo um sorriso apaixonado de braços dados com o majestoso pôr do sol.
Um grande segredo em um pequeno frasco perfumado.
Às vezes a dor do coração se reflete no teu jeito de caminhar;
Lento, cambaleante, como se estivesse embriagado;
O peso invisível que carregas no ombro te distingue de um ébrio.
Tua aparência desleixada, e teu olhar perdido te pinta de louco;
Já não sei se um dia a vida vai sorrir para ti, mas sei que as lágrimas já secaram.
Não há lugar para lamentos, só para um olhar frio, triste, distante.
Um amor tão grandioso que atrai muitos inimigos, as convenções criam barreiras intransponíveis.
Deixar ir é doloroso demais para suportar sóbrio, como não eis dado ao álcool;
É doloroso demais para suportar em vida, então cada dia fenece um pouco tua vida.
Não importa a distância segues a amar, cuidar e zelar, mesmo que seja só no pensamento
Pensamento que te faz despertar, aquele que te rouba o sono e te faz chorar.
O mesmo que te leva a um lugar distante, ao amor atrasado, de volta ao passado.