AUTOCUIDADO E INTEGRAÇÃO
A pressa incutida pelos aparatos, exigências e sistemas de nossa civilização, sendo ainda mais intensificada nos centros das grandes cidades e metrópoles, contribui para embotar as nossos sentidos e as percepções das coisas que nos rodeia, dificultando as chances de nos conhecer e também de enxergarmos o outro na sua verdade e singularidade. Resgatar a alegria de um bom cheiro, o prazer na serenidade de una melodia, o gosto de um sabor ou o espetáculo das cores envolvidas na natureza que se mostra mais viçosa no amanhecer: eis o talento de quem é dotado da arte de apreciar o melhor da vida! Não existe nada de mais poético do que parar para contemplar a beleza que se revela na simplicidade; uma prática incessante que propicia a paz de espírito, juntamente com a meditação para atingirmos mais e mais a sobriedade, bem como a atenção diante do que pode nos tornar mais renovados e plenos. Tudo o que fazemos sem nos darmos conta, decaindo num modo de viver automático, certamente pode nos despersonalizar, num caminho de letargia. Mas tudo o que fazemos de forma integrada, interconectada e consciente até nos pequenos detalhes da vida cotidiana, será de grande valor para o nosso desenvolvimento e autocompreensão. O nosso autocuidado e integridade depende muitas vezes de nosso não conformismo com a alienação e do nosso amor pela excelência do ouro da sabedoria.