ONDE ESTOU... AGORA? E POR QUE ESTOU... “ASSIM”?

 

O céu a s’escurecer

Presságio de chuva forte

Todavia, desancoro-me do cais

E sigo

Teria-me, pois, precipitado?

Teria [eu] feito uma burrice?

 

 

Os ventos começam a se agitar

E na superfície a s’escupir... um vendaval... uma inevitável tormenta

E contra a fúria das ondas eis-me a debater

Ou, contra mim mesmo, do medo que nest’hora me assalta... me combato

E assim... me agito na intempérie que se segue... e se prolonga

 

 

E afastada se acha minha nau... do porto

D’áquele d’onde, pois saiu

E mais ainda do outro qu'então pretendia ... chegar

Bem longe

E o pavor aumenta

Já não consigo ... pensar

E as ondas a balançarem sem piedade a embarcação

Será que [ela] irá virar?

 

 

Ond’estaria maior a tormenta seria lá fora ou dentro de mim?

Sei lá!

E nessas horas como agiria um experiente pescador

... deste a navegar com um barco menor comparando com um navio?

Queria muito saber

É a minha vida que está em jogo nesta terrível hora

 

 

Que farei, pois então?

Lançar-me-ei ao mar pelo que me desesperaria?

Mas, se deste modo o fizer decerto que me afogaria

Que decisão deverei então tomar?

E [aqui] fica a pergunta:

Se um capitão soubesse que uma tempestade logo mais s’haveria

tê-lo-ia saído do conforto de seu ancoradouro?

Mas, no mar são justamente contra os fortes temporais que se conhecem

os maiores capitães

Ou melhor teria feito se tivesse ficado na praia?

Ai! Que vergonha! ... Quanta covardia! ... (só de pensar)

Nenhum barco foi feito para estacionado estar [sempre] na terra

e no tempo

 

 

Meu Deus

Quanto terror!

Ond’está minha ... esperança?

E quem roubou minha confiança e, sobretudo, a minha “fé”?

Pergunto-me então

Da verdade é qu’estou apavorado

 

 

E naquel’hora, oh! como a nau queria ser... um submarino

Para mergulhar o mais fundo que pudesse

No profundo do oceano ...

Oh! Quanta quietude! ... 

Quanta calmaria! ...

Quanta serenidade! ...

Quanta paz! ...

Ond’estou [eu] então ... agora?

E por qu’estou ... “assim”?

 

Carlos Renoir

Rio de Janeiro, 18 de maio de 2023

 

IMAGENS: ACERVO PESSOAL (OBTIDAS POR CELULAR E EDITADAS)

 

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FORMATAÇÃO SEM AS IMAGENS:

 

ONDE ESTOU... AGORA? E POR QUE ESTOU... “ASSIM”?

 

O céu a s’escurecer

Presságio de chuva forte

Todavia, desancoro-me do cais

E sigo

Teria- me, pois, precipitado?

Teria [eu] feito uma burrice?

 

Os ventos começam a se agitar

E na superfície a s’escupir... um vendaval... uma inevitável tormenta

E contra a fúria das ondas eis-me a debater

Ou, contra mim mesmo, do medo que nest’hora me assalta... me combato

E assim... me agito na intempérie que se segue... e se prolonga

 

E afastada se acha minha nau... do porto

D’áquele d’onde, pois saiu

E mais ainda do outro qu'então pretendia... chegar

Bem longe

E o pavor aumenta

Já não consigo... pensar

E as ondas a balançarem sem piedade a embarcação

Será que [ela] irá virar?

 

Ond’estaria maior a tormenta seria lá fora ou dentro de mim?

Sei lá!

E nessas horas como agiria um experiente pescador

... deste a navegar com um barco menor comparando com um navio?

Queria muito saber

É a minha vida que está em jogo nesta terrível hora

 

Que farei, pois então?

Lançar-me-ei ao mar pelo que me desesperaria?

Mas, se deste modo o fizer decerto que me afogaria

Que decisão deverei então tomar?

 

E [aqui] fica a pergunta:

Se um capitão soubesse que uma tempestade logo mais s’haveria

 tê-lo-ia saído do conforto de seu ancoradouro?

Mas, no mar são justamente contra os fortes temporais que se conhecem

os maiores capitães

Ou melhor teria feito se tivesse ficado na praia?

Ai! Que vergonha!... Quanta covardia!... (só de pensar)

Nenhum barco foi feito para estacionado estar [sempre] na terra

e no tempo

 

Meu Deus

Quanto terror!

Ond’está minha... esperança?

E quem roubou minha confiança e, sobretudo, a minha “fé”?

Pergunto-me então

Da verdade é qu’estou apavorado

 

E naquel’hora, oh! como a nau queria ser... um submarino

Para mergulhar o mais fundo que pudesse

No profundo do oceano...

Oh! Quanta quietude! ... 

Quanta calmaria! ...

Quanta serenidade!...

Quanta paz!...

Ond’estou [eu] então... agora?

E por qu’estou... “assim”?

 

Carlos Renoir

Rio de Janeiro, 18 de maio de 2023

Carlos Renoir
Enviado por Carlos Renoir em 18/05/2023
Reeditado em 18/05/2023
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