Contando Histórias
Contar histórias, relembrar aventuras, amores, comemorações, dores e superações.
Minha avó sempre assim o fazia e sabia que em cada palavra enlaçava os netos a ficarem quietos e prestarem atenção.
Histórias do dia-a-dia de cuidado, de aprendizado de receitas, de uma função ou até de uma lição de vida.
Mergulhava nelas como se transpusesse as palavras e pudesse estar ali, naquele exato momento, saboreando cada acontecimento.
Me marcaram muito as histórias em dias chuvosos, quando havia falta de luz, e éramos meio que obrigados a ficar todos juntos, só com a chama de uma vela e embalados pela voz de minha doce avó.
Recordava e reavivava em nós a importância de estar juntos, do fazer uns pelos outros.
Amava esse colo de vó que me embalava e nutria com esperança e muito amor.
Ela me ensinou que o sonhar não tem limites, que os pequenos detalhes de um dia nos aconchegam em momentos em que estamos mais frágeis e ao mesmo tempo nos dão coragem para seguir confiantes.
Guardo esse alimento nutridor em meu coração, armazeno suas palavras num espaço bem aconchegante em minha mente.
Reverencio suas histórias e sua trajetória e que assim.como a senhora eu possa ser um instrumento de aconchego, alegria, paz e esperança a quem minhas histórias alcançar.