Nossa casa (minha escolha)

(Pensamentos)

Quando digo nossa casa é por que existe muita coisa ao seu redor e muito mais dentro dela. E é dessa coisa interna que eu quero me ater; sim, um pouco de mim, dizendo, talvez p’ra mim mesmo, nesse momento que não vejo ninguém por perto. Quem estiver lendo isso, provavelmente é um leitor amigo ou coisa parecida saberá compreender esse meu, mais um escrito.

Aqui em casa é que está a minha paz... a minha suposta segurança e proteção do mundo externo; aqui estou afastado dos lobos, é na solidão d’um momento assim que faço reflexões e por vezes encontro a solução de algo que me aflige.

– Há tempos deixei de ser apenas um inquilino de minha própria casa. Afastada da cidade n’um campo lindo; com árvores pomposas..., muitas frutas, quintal imenso, igarapé de águas puras, muitos pássaros e muito mais coisas que a natureza reservou p’ra mim, some-se a isso meus adoráveis cachorros “nove”.

Mas não é o bem material que me fascina, não dou muita importância p’ra isso; quando falo de apego o que com certeza você já notou; quero dizer da relação de cumplicidade que as paredes têm comigo, estaria em maus lençóis se elas falassem. E isso, esse apego começou no dia que ela me viu chorar, sozinho, e me acolheu; parecia que também chorava comigo, compreendia o passo a passo de toda construção e foi ali, naquele instante que a chamei de meu lar e prometi que seríamos unos, eu cuidaria dela e ela de mim e assim está sendo, até que a morte nos separe, fisicamente.

Hoje é um dia lindo de sol. Acordei cedo e já conversei bastante com as paredes, daqui a pouco vou brincar nas águas, mais tarde quando o sol estiver p’ra se por, vou voltear pelo quintal e conversar com as plantas e sorrir para as flores..., vou chamá-las de lindas como sempre estão. De longe o caseiro me assiste, de vez em quando me pergunta se estou bem. Eu digo que sim, está tudo ótimo. É o que escolhi p’ra mim.

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Antônio Souza

(Escritor/Poeta)

Músicas:

https://youtu.be/FRRbQQAcsHU