Sobre o tempo, a vida e o viver.
Quem faz da vida que não passagem do tempo em circuitos fechados e rodeios sem fim terá uma vida breve.
Quem, absorto, não percebe o tempo e, no que lhe sobra de lucidez, escolhe ocupar o tempo por angustiar o dia livre, terá uma vida breve.
Terá uma vida breve não porque a vida é breve, mas porque assim a fez por suas escolhas, pois a percepção do tempo passado vem em bolsões de energia, os quais são tão mais vívidos e duradouros quanto mais dignificantes as experiências e espiritualmente instigantes e esclarecedores os ensinamentos.
Morrer jovem nada tem a ver com a brevidade da vida, pois tempo de vida e sabedoria são coisas distintas. Idade avançada indica apenas uma longa existência, e não, necessariamente, uma longa vida.
Vive aquele que evolui, reflete e percebe, nada que os amantes do descarte das horas em prazeres fugazes possam compreender.
Viver não é seguir o rastro da glória, da ambição, da riqueza, da luxúria, do poder, do status,..., pois viver não é quantificável, emoldurável, inventariável. Viver não é ir e vir, mas partidas e chegadas, pois vida não é sensação, mas sentimento.
Vida é estar, pensar, pesar, agradecer e admirar. Vida está no marasmo doce e não no agito. Vida está no natural revitalizado e não no monumento estilizado.
Então pare, respire fundo e pergunte a si mesmo: “Estou vivendo ou apenas deixando escorrer os anos por entre os dedos?”.
Questione-se enquanto ainda há tempo, e sempre há tempo, pois, embora a existência seja intangível, viver é uma opção!