Tomando posse da Vida

Os passos apressados me fazem perder as saídas

O coração descompassado me faz não estar conectada ao meu instinto

Os funis que a vida me traz me comprimindo, instante após instante, ainda me fazem sentir pequena, não merecedora e envergonhada, por vezes.

Os sonhos, os ponho no papel, os desenho, os vibro para que minhas palavras saiam diretamente do meu interior e não apenas de meus lábios.

Quero me permitir dar forma, criar base, estruturas para que fluam por aí como vento morno que acalenta e traz esperança a quem se encontrar pelo caminho.

Meditações, emanações fazem parte do meu ritual diário e é o que me impulsiona.

Não desvio meu olhar do meu propósito

Firmo os pés no chão com a certeza da bendição de minhas ancestrais, as honro, agradeço, reverencio. Levo em minhas recordações suas melhores virtudes, suas potencias, suas histórias, vitórias. Esse combustível me faz caminhar pela vida com passos mais assertivos.

Deixo com elas os pesos, tudo que a mim não compete carregar.

Abro a porta de conexão com uma vida mais leve, mais alegre, mais amorosa. Não importa o que houve antes, coube a elas fazer o melhor, a mim também me cabe fazer o melhor.

Ponho coloridos nos cinzas da vida.

Deixo entrar o ar para não mais me deixar estar em tudo que me aprisione, oprime e violenta de todas as formas.

Quero e espero que o colorido e a doçura pulem das palavras, dos desenhos para a vida real.

Acredito, persevero, nos tombos, nos não acontecimentos, procuro não me desesperar, mas me conectar a luz que me norteia a ajustar o passo e continuar na caminhada.

Nas conversas com outras mulheres sinto esse mesmo anseio, a mesma pergunta: será que estamos de verdade ocupando o nosso lugar no mundo?

Será que estamos em nossos propósitos e, se sim, porque muitas vezes ficamos patinando na vida?

Se sentir fragmentada como um quebra- cabeça de inúmeras também é algo comum com elas.

Precisamos integrar para curar; honrar nossas ancestrais para fazer a vida movimentar; receber e agradecer a vida em tudo que até agora nos foi ofertado para que possamos fluir.

Eu acredito que isso só é possível quando estamos juntas, quando nos abrimos e pedimos ajuda e nos inspiramos em alguém que já trilhou esse caminho e nos comparte sua mão e nos diz, venha estou aqui para você, vamos juntas, isso também vai passar.