Antropoceno
Daqui,
Do meu canto do mundo
A 27 metros do chão,
Avisto tantos prédios!
De certa forma, pavorosos!
Pombais de concreto substituindo árvores.
Caixilhos de concreto empilhados substituindo habitações humanas.
Discrepantes na forma e tamanho,
desarmônicos, instigam a monotonia
Deviam ser baixinhos, na linha das grandes árvores, para todos respirarmos, e para que não fossem muralha intransponível para nossos olhares e imaginações
Casas têm jardins e árvores no quintal com uma mesinha debaixo, que convida às uniões.
Não é de amplidão pessoal, de muitos metros quadrados que é preciso para viver.
É o entorno, com mato, que viria em troca de moradias verticais.
Não sei se houve um dia esse acordo: torres X entornos vegetados, mas, teria sido uma troca justa, chão verde para nós, e abrigo para os animais não humanos.
Creio que não se pensou nessa troca, para tanto, homens teriam que gostar de árvores, plantas e animais. Pelo menos respeitá-los e se interessarem por seu bem estar.
As cidades, os prédios, abatem sistematicamente as árvores. Insetos e aves são vistos cada vez menos, ainda que diferentemente do asfalto e concreto, as árvores resfriam a temperatura do solo entre 11 a 25 graus em relação à temperatura máxima. Boa informação para quem precisa de uma utilidade a mais para valorizá-las.(@realidadesimulada)
Numa visão macro e histórica, restarão em futuro próximo poucos refúgios para a fauna, por exemplo, de mamíferos terrestres da América do Sul. Conforme demonstraram resultados de pesquisa cientifica* serão as florestas tropicais úmidas de áreas elevadas os refugios. Se puderem se ajustar, haverá chance para as espécies, caso contrário, ocorrerá a extinção daquelas que não cumprirem com os desafios de acesso e de adaptação.
Nós também deveríamos refletir a cada momento mais e mais em nossa própria extinção, e antes dela, nas condições de vida provavelmente duríssimas.
Somos muito imaturos nas nossas características e em nossa história tão recente no Planeta, no mínimo, nunca poderíamos apoiar políticos que agem como exterminadores da vida. No mínimo. E pensar coletivamente para moradias, para preservação de cada ser vivo.
*htts://www.unicamp.br/unicamp/ju/685/do-museu-do-antropoceno-ao-asilo-da-biodiversidade. Campinas, Jornal da Unicamp 2023.Lilian Sales e Mathias Pires.