Crítica ao autoritarismo

O estudante americano que visitou a Coréia do Norte em 2016, Otto Warmbier, foi preso e torturado durante 15 meses por ter supostamente “furtado” um pôster com referências políticas no hotel em que se encontrava com seus amigos na capital Pyongyang.

O regime foi implacável na aplicação da pena: 15 anos de punição com trabalhos forçados. No entanto, o estudante sucumbiu após o primeiro ano de cumprimento de pena, tendo retornado aos EUA em estado vegetativo.

Com esse escandaloso e criminoso acontecimento protagonizado por um regime totalitário, inflexível e cruel, que quebrantou, inicialmente, o espírito do jovem Otto, para posteriormente, infligir castigos físicos insuportáveis a ponto de deixá-lo inerte, que expresso meu sincero desprezo pelos autores de tamanha covardia.

Em primeiro lugar, não há como não considerar o desespero enfrentado pelo pobre rapaz, ao se deparar com os soldados o separando de seus amigos na véspera do regresso ao lar, em pleno aeroporto, para posteriormente, ter tomado a ciência do inferno que iria suportar. Sim, ele estava no inferno!

Imediatamente vieram as torturas e os infindáveis interrogatórios típicos de regimes que enxergam espiões em todos os cantos. O resultado, para Otto, já era o esperado: sucumbir.

Não há como negar também, o sofrimento dos pais ao se depararem com seu filho em estado vegetativo, impotentes diante do mundo, e de algo inexorável, qual seja, a perversidade inata do ser humano, que sem controle é capaz de realizar coisas abomináveis.

Em que pese os milhares de mortos por regimes totalitários, além dos que ainda sofrem cotidianamente com a opressão, outros por aqui clamam aos céus uma ditadura tupiniquim, por acreditar, talvez, ser a saída… de seu vazio existencial!