A alegria de ser

Quem é você? Se precisar, faça uma pausa de poucos minutos e reflita sobre essa pergunta. Quem é você? Mas vamos nos recordar dos tempos de escola e responda com as suas palavras, não vale copiar o coleguinha, portanto, não vale responder com as palavras dos outros, com as definições que fazem a seu respeito, quero que você responda olhando para dentro nesse momento, entrando em contato consigo mesmo e procurando descobrir o que é que você pensa a respeito da própria existência e se defina a partir de si mesmo. Para alguns esse será um exercício simples, estão conscientes da própria vida e da própria realidade. Para outros, contudo, esse será um exercício complicado, complexo, então tão distantes de si mesmos que já não conseguem se encontrar.

E, então, como foi responder a essa pergunta? A quais conclusões chegou? Está sendo de fato como respondeu que é? Porque às vezes temos uma ideia de quem somos ou de quem seremos ser, mas não vivemos de fato essas ideias. Às vezes temos uma imagem a nosso respeito, uma imagem que reside apenas em nossa imaginação, uma imagem que temos insegurança na hora de projetar no mundo. E aí preferimos ser como uma personagem que obedece a roteiros e recita frases, mas não tem o direito de compor a própria história.

Se você consegue perceber certa proximidade entre a resposta que deu a partir de si mesmo e o que tem vivido em seu mundo, sinta-se feliz por isso. Imagino que não tenha sido fácil. Imagino que para ser autêntico em um mundo de tantas simulações, você precisou passar por obstáculos difíceis, superar decepções amargas, deixar companhias que não puderam acompanhá-lo nessa estrada rumo a si mesmo. Mas imagino, ainda, que tenha sido recompensador olhar para as coisas que conquistou e vivenciou sendo o mais próximo possível de quem você gostaria de ser.

E digo “o mais próximo possível” porque nem sempre conseguiremos ser cem por cento de quem gostaríamos. Temos inseguranças ou certas limitações. Então não se condene se há partes em você que não correspondem exatamente ao seu ideal. Continue no seu tempo.

No entanto, pode ser que você tenha descoberto que há uma grande discrepância entre o seu eu verdadeiro, aquele que existe no atual momento da sua existência, e o seu eu ideal, aquele que habita em seu imaginário, aquele que não é fantasioso por ser ideal, é ideal porque é quem que você conseguiria ser, quem poderia ser, mas que não tem coragem para sê-lo. Imagino que isso esteja lhe causando sofrimento e dores. Imagino que esteja sendo amargo ver o tanto de coisas que gostaria de viver – e que sabe que seria tremendamente capaz de viver –, mas ainda se deixar imobilizar pela insegurança que há nesse coração. Não se condene por isso. Eu entendo que por vezes crescemos tendo que nos condicionar a inúmeras condições para que sejamos aceitos, condições estas que aniquilam as nossas potencialidades e não nos permitem viver no mais próximo sentido de plenitude que nos fosse possível. E esse fator causa nosso sofrimento. Mas você não precisa se condenar a continuar sendo essa personagem. Não precisa se condenar a permanecer vivendo em função das definições das outras pessoas. Definições que nada dizem sobre o seu verdadeiro eu que o mundo ainda não conheceu. Um eu que pode embelezar a vida, encantar pessoas, mudar histórias. Um eu que pode mudar a sua própria história! Pode ser um caminho difícil sair desse eu que você não é e chegar ao eu que você sabe que pode ser. Tenha calma, paciência e sobriedade. E jamais se esqueça de que esse caminho não precisa ser trilhado sozinho. Busque ajuda!

(Texto de @Amilton.Jnior)