Caminho dos canyons A natureza dá um show - Eu Amo Santa Catarina

A montanha - II

 

 

 

 

Quando era ainda jovem muito jovem, costumava subir no lugar mais alto da fazenda de meus pais. Tinha aquela mania de que deveria estar sozinho. Ali estaria Deus eu e a natureza introspectivamente. Eu e a montanha, me sentia muito bem, olhava para as árvores se mexendo , se agitando com o vento frio e assim passava a tarde.

 

Observava sempre o movimento das nuvens e de repente tudo se tornava azul escuro, sabia com a minha infinita sabedoria (modestia), que o tempo estaria prestes a mudar.

 

Não demoraria muito e as nuvens se movimentariam tão rapidamente que a chuva seria iminente e não sabíamos se era forte ou fraca, quando tem ventos demais, chove pouco, mas, quando o vento cessou e ainda existem núvens de chuva, então pode esperar uma chuva bem forte, normalmente nas fazendas, são chuvas com pingos bem maiores normalmente.

 

Caminhava debaixo da chuva e o vento soprava forte açoitando os pingos d'agua em nosso rosto, alvoroçando os cabelos e às vezes ardia quando os pingos acertava o rosto. Ainda , quando em vez, caia pedrinhas de gelo (granizo);

- Mas, tudo bem! a chuva cessou, agora somente as águas rolando nas grotas e o som das mesmas correndo por entre as pedras.

- Podíamos ver os insetos alçarem voos, lagartixas saindo da lascas da madeira no chão, as aves voando e limpando os pingos d'agua de suas penas, cobras saindo dos barrancos e nadando sorrateiramente à procura de algo para agarrar e salvar sua refeição do dia, pois, cobra que é cobra precisar matar pelo menos dois calangos por dia.

Os rios se enchendo rapidamente com suas águas barrentas, peixes pulando, saltando do leito do rio. Que beleza, que nostalgia.

- Andando às margens do rio cheio coberto por grandes árvores, podíamos ver os ninhos de urubus nos barrancos mais altos e os filhotes vomitando uma gosma branca sem parar.

A vida em contato com a natureza é outra coisa.

No alto da montanha e os vales que existem por lá, são encantados e lembranças daquele rincão jamais se apagarão da mente de quem viu. Especialmente este que vos escreve.

- Os animais, cavalos, bois, vacas e bezerros que existiam, não existem mais, pois, já se passaram sessenta anos e tudo deve ter sido extinto, só sobraram lembranças daquele passado, se foram para sempre. Somente estão agora na memória.

- Bons tempos aqueles, de observar os animais se alimentando, às vezes os cavalos comendo cana cortada em roletes  no coxo e depois as vacas sendo ordenhadas alí no curral. Os mugidos dos animais, o canto dos pássaros, o relincho dos cavalos, o cricrilar dos grilos, a cacarejo das galinhas e o canto dos galos. Os gritos da galinha da angola. O  calango que se aproxima devagar, a lagartixa na cerca balançando sua cabeça, como se estivesse dizendo sim. a raposa que visita os ninhos das galinhas, querendo seu lanchinho, comendo os ovos que estavam para chocarem.

- O gavião lá no alto peneirando, espreitando algum inseto ou pequeno animal roedor, para no final dar um voo rasante para apanhar sua prenda.

- Nos pequenos arbustos podíamos ver os ninho de pequenos pássaros, com três ou quatro ovos pequenos e alguns ninhos que ovos eclodidos e filhotes com o bico aberto aguardando a sua refeição. A nidação é plena no certão.

- Ainda sob  os resultados das chuvas na fazenda, observar em cima da pinguela, as águas barrentas correndo rapidamente, levando troncos de árvores, folhas secas e muito barulho. O rio se enchendo cada vez mais e subindo até transbordar, alagando o pastinho no fundo do quintal da casa. Naquele instante, nem pensar em nadar no rio. Neste rio cheio era possível ver, ratos nadando tentando se salverem e capivaras e lontras nadando em busca de margens seguras.

- Masa, no dia seguinte a meninada corria para o poço da pedra, lá era um momento ímpar, tomar banho de rio era tudo de bom. Ainda mais, após um dia inteiro de carpir com enxada, ou roçando pastos, beira de córregos, arrancando ervas daninhas, botão roxo, branco e amarelo. Estas ervas é que matam os gado. Então era tarefa nossa, arrancar e separar  para depois queimá-las, serem literalmente lançadas ao fogo.

- Logo pela noite, lá pelas tantas da madrugada, ouve-se um tiro de espingarda: O velho Adelino logo grita do seu rancho do outro lado do rio, no meio da mata: "Hei paca velha, agora te peguei".  Corre nifo e traga ela, traga essa paca velha para o velho aqui. (Nifo) era seu filho mais novo e tinha um certo grau de altismo, mas, fazia tudo o que o velho Adelino mandasse. Foi a sua armadilha que disparou no caminho onde a paca costumava passar. Crueldade com os animais, mas, era o costume da época e ninguém ligava para essas coisas. Muitos na roça acham tudo isso normal. Hoje, vejo de modo diferente, tenho pena dos bichos.

 - Mas, depois daquela chuva intensa, corríamos para preparar as minhocas, as vara de pescar, pois, depois dessa chuva o rio ficava repleta de peixes, bragres, piabas, pirapitingas, lambaris , ferreirinha etc... 

piava piapara piau piauçu ferreirinha os leporinus do brasilimg google.

- Passados alguns anos tudo de repente volta à tona. O jovem estava mais velho. Porém o velho, não estava mais por lá, materializou-se e se tornou um onipresente, mudou-se de região e está em outro lugar, mas, a montanha nunca saiu de sua cabeça, sua mente. Ela estará lá para sempre, para ser observada por outros jovens até se tornarem velhos e assim o ciclo continuará. Agora, é tido como um verdadeiro protetor de todas a Florestas, animais e plantas.

Somente restou na memória aqueles bons tempos, que jamais sairão da memória e nunca mais voltarão.

AKI GIFS: Gifs animados de Montanhas

Abraços

 

Ej...!!!

 

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Ejedib
Enviado por Ejedib em 12/05/2023
Reeditado em 23/10/2024
Código do texto: T7786323
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