Algumas considerações sobre a minha filosofia _ 9

A dimensão social da língua é importante, ou melhor, a dimensão da classe social, porém, não o é determinante. Como expõe Volóchinov, a entonação, principalmente na língua russa, muda a depender de com quem se fala, então, estamos lidando principalmente com a semântica e, portanto, com a sua significação. Em outro sentido, o enunciado aqui está submerso no jogo de linguagem, assim sendo, não pode ser tomado por si, digo, a vinda da língua e da linguagem, onde, por sua vez, perpassam por n dimensões. A estruturação da linguagem (aqui como manifestação de toda expressão humana por meio da língua em um determinado idioma, com todas as suas origens antropológicas), como é visto em minha filosofia, perpassa inicialmente ou é, a priori, oriundo de fatores "extralinguísticos". Tais fatores não o são o logos, mas coexistem com ele _ como uma entidade, como visto anteriormente. O que convém destacar é que tal campo de possibilidades pode ser descrito de forma lógica, ou melhor, estrutural-lógica, tal estrutura lógica é o que dá origem a capacidade de toda e qualquer estruturação lógica. Posto isto, temos o espelhamento _ no devir _ com o ambiente.

Analisemos como a possibilidade é definida

◊ ≡ ¬◊¬α

Prova

◊α ↔ □α (como veremos adiante), por contrapositiva, ¬□α ↔ ¬◊α, negando a negação, ¬□¬α ↔ ¬◊¬α, onde o primeiro termo é ◊α. ∎

A definição da possiblidade nos diz que não é possível "não-alfa", onde é equivalente a não é possível que não seja possível alfa, que é o mesmo que dizer que alfa é necessário, isto é,

¬◊¬α ⇔ ¬ (◊ ¬ ◊ α) ⇔ □α,

Dado a investigação anterior

¬ (◊ ¬ ◊ α) ⇔ ¬ (¬(◊ ¬ ◊ α)),

Pois temos que

¬ (◊ ¬ ◊ α) →  ¬ (¬(◊ ¬ ◊ α)) ^  ¬ (¬(◊ ¬ ◊ α)) → ¬ (◊ ¬ ◊ α) ⇔ ¬ (◊ ¬ ◊ α) ↔ ¬ (¬(◊ ¬ ◊ α))

E segundo a interpretação da lógica proposicional as fbfs são equivalentes,

¬ (◊ ¬ ◊ α) ⇔ ¬ (¬(◊ ¬ ◊ α)).

Podemos interpretar o primeiro termo como o CMP e o segundo como o não-idêntico (N-I). Assim, se temos o CMP, temos o N-I e a recíproca é válida. Pela propriedade da transitividade, temos

¬◊¬α ⇔ □α,

Assim,

◊α ⇔ □α,

Ou por outra, e principalmente nestes termos,

◊α ↔ □α,

Pelo axioma T

◊α ↔ □α ↔ α

◊α ↔ α. ∎

Rematando, como a fórmula que segue a ¬ (◊ ¬ ◊ α) é a sua negação e ela é equivalente a □α, dado a equivalência obtida entre a negação da negação (não é possível que 'não seja possível alfa' ou não é possível a não possibilidade de alfa) e a negação da 'negação da negação' (é possível que não seja possível alfa), temos:

◊α ↔ □α ↔ ¬□α (ι).

Em outros termos, ela nos mostra que em todo sistema possível coexiste a sua existência (verdade) e a sua não existência (não-verdade). Optei pelo operador bicondicional, pois a equivalência entre as sentenças, por exemplo, não implica igualdade ou que possuem o mesmo significado. Parece-me que se investigarmos o operador de possibilidade par excellence, veremos que há uma interdependência entre a sua existência e a sua não existência, isto é, há uma indeterminação ou está indeterminado, pois não "podemos" conceber as duas coisas ao mesmo tempo. De outro modo,

□α → α

Por contrapositiva

¬□α → ¬α.

Assim, obtemos:

◊α ⇔ ¬(α ^ ¬α)

Um sistema paraconsistente. ∎ 

Fica, portanto, provado que o CMP e o N-I devem existir efetivamente em interdependência. O conjunto de axiomas neste contexto e sob essa ótica fica:

□ (α →β) → (□ α →□ β)                         (K)

□ α→α                                                            (T) 

α →□ ◊ α                                                     (B)

◊α ↔ ¬(α ^ ¬α)                                           (ι)

Observe que no concernente ao trabalho anterior de lógica modal poderia ser argumentado que a prova da validade ou da não validade de uma fórmula em lógica modal tem que estar de acordo com o posto desta fórmula, isto é, o modelo em questão teria que ter profundidade 2 mais um mundo possível na estrutura linear para abarcar todas as acessibilidades em relação ao posto da fórmula, que é dois. O problema reside no fato de que a prova não é "trivial", digo, trata-se de uma prova que investiga por menores o operador de possibilidade, indicando, assim, que tal modalidade não possui, por sua vez, uma semântica tão autoevidente como julgava o axioma do sistema S5. Ademais, temos que a propriedade de acessibilidade é reflexiva.

Destarte, divirjo de Bakhtin no que tange o outro discurso/sujeito está diretamente relacionado ao processo dialógico, em sua vinda, pois o que antecede o discurso já remete a isso ou não (x & ~x). Assim sendo, a dimensão da "contingência" e do assimétrico/desarmônico ou o ambiente que vai determinar (segundo ele) a estética do literário não o é a sociológica, e sim a mítica, aqui mais próximo do conceituado por Freud e Lacan, ainda que não seja irredutível.

Criado: 02/03/23

Oaj Oluap
Enviado por Oaj Oluap em 11/05/2023
Código do texto: T7785608
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