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Sou fraca. Além de fraca também sou má.

Não com os outros, mas dentro de mim me pesa toda a maldade e fraqueza que tenho comigo.

Sou um mundo de possibilidades, mas repetir os ciclos é mais cômodo.

Não gosto de mim, na maioria das horas que passo em minha companhia, e as pessoas não entenderiam nem se eu desenhasse os chifres dos meus demônios. Que sou eu, cada um deles. Quem dera eu pudesse culpar um mundo espiritual invisível. Adoraria responsabilizar o diabo pelas feridas que me causo. Ta aí. Enxergar a realidade é um peso. Entretanto, fugir dela é como voar em queda livre em direção ao precipício. Prefiro chegar lá aos poucos.

Vomitar palavras, que formam frases, que criam ideias, que desenvolvem certezas sobre quem sou e o que sinto, é divertido. Eu posso estar mentindo, posso estar alucinando, posso estar dramatizando e ninguém nunca vai saber. Gosto desse poder de conseguir me criar a partir da melancolia que salta do fundo do meu cérebro, mas não gosto tanto assim de pensar nisso. Apenas transbordar o lixo que se acumula pela falta de vivências mais interessantes.

Lidia Lorena
Enviado por Lidia Lorena em 10/05/2023
Reeditado em 10/05/2023
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