DÊ TEMPO AO TEMPO
Tudo começou
tão bem,
as perspectivas
eram as
melhores possíveis;
do nada,
como mágica,
o cenário
mudou, desvaneceu.
Nuvens espessas,
vindas de
todas os
lados, surgiam
voluptuosamente,
trazidas, ao
certo, pelos
inconsequentes
ventos adversos.
De repente,
uma ducha
de águas
frias desaba
e altera
ainda mais
tudo que
projetado foi
com esperança.
Durou um
tempo, luzes
riscavam o
projeto em
todos os
sentidos, seus
sons, quão
estarrecedores!
Davam medo.
As vias
eram varridas,
uma após
a outra,
tudo era
levado, sendo
deixado um
enorme rastro
de ausências.
Nada do
que ali
estava ficou,
para fora
dali, para
bem longe,
foi arrastado;
nenhum vestígio
pôde resistir.
Em um
dado momento,
ouviu-se, ao
longe, um
cântico: 'Sol
com chuva,
casamento
da viúva';
tudo mudou.
Um vapor
incômodo subia,
seguido de
uma tênue
névoa, em
cada cantinho
observado; aos
poucos, sumiu.
Tudo recomeçou
tão bem,
as perspectivas
eram as
melhores possíveis;
do nada,
como mágica,
o cenário
foi transformado.
Aquilo que
já era
bom, ficou
muito bom;
embora, por
um instante,
não fossem
boas as
aparências.
As luzes
reapareceram,
tudo fez-se
novo, novas
expectativas se
fizeram enxergar;
aquilo que
varrido foi,
foi substituído.
Renovaram-se
as esperanças,
as forças,
a fé,
o anseio
por realizar
algo ainda
melhor a
cada manhã.
É preciso
dar tempo
ao tempo,
o Sol,
certamente,
voltará a
brilhar e
projetará o
seu Caminho.