A Chuva...
A Chuva...
Da janela posso ver, que, choras!
A luz daquele poste distante, cria uma aquarela na tela do meu lar, e, no olhar, pingos de chuva caem.
Na fonte desta vida, por onde o Amor navegou, hoje, só as lembranças, içam velas sem o sabor do vento, o rio, que, antes corria numa única direção, foi desviado pelo destino.
Naquele tempo, as cascatas das letras rabiscadas em seu nome, se fez cachoeiras de desgostos, invadindo, arrastando,, inundando, as paisagens por onde a paixão vingou.
Agora, sento-me à beira desta natureza, olhando o todo, recordando as enxurradas lavando as sementes, que, um dia poderia dar vida aquele sentir naufragado pela indiferença.
Do Norte, um homem em meio a chuva, chora o desejo de vê-la, de falar aos seus ouvidos, palavras, que, a faz suspirar, e, enfrentar o afluente para assim, naufragar em seus lábios...
Ao Sul, alguém segue esse homem, vendo as gotas em sua janela, pensa no tempo em que, enfrentava furacões por amar, criava ciclones de sonhos, mas, depois de tantas tormentas, ancorou a Nau, negando ao vento, um novo soprar...
Texto: A Chuva...
Autor: Osvaldo Rocha Jr
Data: 06/05/2023 às 06:14