Cotidiano
Eu acordo de manhã, tento não enrolar na cama, pois lembro que não vai adiantar nada e que terei que levantar uma hora ou outra. Eu tomo meu banho, me arrumo e caminho com o papai até a sua parada, conversando de tudo um pouco.
Ele me faz um sermão, e no final diz que me ama, eu lhe dou um abraço e sigo até o meu estágio. Ao chegar, faço o que tenho que fazer, volto para casa, leio umas coisinhas, fico um tempo nas telas, almoço e vou treinar. Lá eu fico totalmente tagarela, falo com todo mundo e conto alguma piada duvidosa. Volto, me arrumo e vou para o terminal. Ao pegar o ônibus, abro o site do recanto, leio um pouco. Ultimamente tenho tido poemas preferidos, como os do Pacelle, que é dono do meu poema preferido "a gente é lindo". Abro meu Spotify e escuto minhas músicas do momento "rock vibes" e tento adivinhar a vida de cada pessoa que entra no ônibus, suas histórias, se são felizes, o que faz motorista ser tão estressado, me apaixono um pouco e por aí vai.
Eu amo minha rotina, e meu dia, e adoro romantizar a vida, pena que eu acabo romantizando as pessoas. Eu me coloco no lugar delas em qualquer situação, e penso o por que de elas me machucarem. Talvez, por isso eu seja tão ingênua para as coisas. Um dia ouvi que eu era "pura demais" e falas do tipo: "se eu pudesse te mandaria para o céu logo, pra não se decepcionar com as pessoas", e isso me deixou pensativa sobre que vida eu levo.
Eu me pergunto onde eu deveria melhorar e se estou errando. Pode parecer narcisismo, mas eu me olho de fora, e me sinto uma pessoa adorável, eu juro que minhas intenções são as melhores. Mas por algum motivo continuam me machucado e magoando. Me pergunto se eu fosse menos boazinha, eu seria menos machucada. E "se eu fosse" é o que eu penso. Eu sou eu, e não posso mudar isso.
Eu prometi pra mim mesmo que nunca deixaria de ser eu, que não iria assistir futebol se não gostasse, prometi que não irei escutar Lana del Rey se não ser meu tipo musical, prometi continuar falando de poemas e livros, e de como eu admiro o Chico Buarque. Eu sei que as pessoas não querem ouvir isso, mas não posso agir como eles querem, e andar como eles querem, eu prefiro ser eu sozinha, do que viver sendo uma personagem legal. Essa é a vida que eu escolhi levar.