Divagações 1

Depois de algum tempo distanciado da minha expressividade através das palavras, busco manter o mínimo de conexão com essa forma de colocar no mundo um pouco das informações que rondam minha mente. Tenho entendido cada dia mais sobre a importância de não abandonar o hábito de descarregar as informações que vivemos. As palavras são uma grande ferramenta para isso, tendo em conta que vivemos em um mundo com cada vez menos pessoas interessadas em escutar, aqui, tenho certeza de que minhas palavras estão sendo acolhidas pelo vento, o que já é mais do que suficiente para que meu coração fique um pouco mais tranquilo.

O processo de aprendizado que vivo no momento baseia-se basicamente em encontrar um ritmo adequado de percepção, do fluxo de pensamento e de como consigo me expressar no mundo de forma saudável, sem a preocupação quanto aos frutos de minha arte. Minhas reflexões giram em torno da busca da observação sem julgamento dos processos ondulatórios inerentes à vida. Processos que vêm com uma alta capacidade de cegar o indivíduo sobre sua condição de temporalidade no estado tanto positivo como negativo.

Toda essa dinâmica que a vida nos impõe se vê agravada com as armadilhas mentais que nos forçam a seguir pelo caminho do consumo. Permitimos que nossas mentes fossem controladas acreditando na fortaleza da mesma, mas somos fracos e facilmente encantados pelas ilusões. O cérebro gosta do bem-estar e nega o polo oposto, acreditando nos mitos da vida perfeita e do falso equilíbrio em uma única polaridade do espectro vibracional.

Minha batalha é encontrar as ferramentas psicológicas que sejam capazes de me despertar dos braços de Maya. Longe de mim querer reinventar a roda, mas vejo a necessidade de atualização das linguagens filosóficas que se propuseram a levar o ser humano para essa libertação, tendo em conta a frequência em que vivemos e a nova integração da tecnologia em nosso meio. É impossível não ter em conta os bombardeios dopaminérgicos e a facilidade que o neuromarketing encontrou para atingir nossos cérebros com seus produtos.

Precisamos de escudos de proteção perceptivas contra o meio que nos cerca, já que a possibilidade de se afastar completamente deste sistema é algo quase utópico. Tudo está disponível, as melhores drogas e estímulos que podemos imaginar, coisas que após experimentadas uma única vez ficam para sempre em nossa memória.

Busco também algo antigo que me atormenta, o verdadeiro fazer. O estado de presença sem apego em qualquer atividade, sem pensar nas recompensas ou estar influenciado por alguma condição externa. Tudo está condicionado a uma recompensa, considero este o verdadeiro Samsara. Através disso, estamos presos, quem sabe por vidas infinitas, nessa busca de prazer e recompensa.

Por isso, a busca por uma nova dinâmica de efeito psicológico que possa direcionar o homem moderno a um equilíbrio entre o consciente e o subconsciente se faz necessária.

montezyin
Enviado por montezyin em 01/05/2023
Código do texto: T7777568
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