PENSANDO
Distante, muito distante
Dos palácios das mordomias
Na sobra da inexistência
Ela come rapadura com farinha.
Desperta antes do sol nascer
Dorme antes de a lua chegar
A batalha pela sobrevivência
Parece nunca acabar.
Por onde andam
Aqueles que governam
Com certeza não andam de jerico
Só andam de aviões
Nas águas do mar
Nas suas lanchas modernas
Passeiam de motocicletas
Riem da miséria.
A vida no campo do meu sertão
É a faísca que ainda nos resta.