Não te vejo em lugar nenhum

Abracei um domingo à tarde e despenquei como um Sol poente. Imagens estrelares e edifícios se elevam sobre mim. O êxtase de te encontrar é tão passageiro quanto a chuva que percorre a cidade. Eu deixei meus pensamentos sumirem no vapor do trânsito. Minha voz foi embora em um coletivo lotado. Minha visão foi sitiada pelas luzes estroboscópicas que rodopiam as avenidas. Não sobrou nenhum espaço no meu globo ocular para te ver, nenhuma lembrança nos meus pensamentos para você visitar, nenhum sonho, nada, não te vejo em lugar nenhum.